Às vezes, em dias de luz perfeita e exacta, 
Em que as cousas têm toda a realidade que podem ter, 
Pergunto a mim próprio devagar 
Por que sequer atribuo eu 
Beleza às cousas. 
Uma flor acaso tem beleza? 
Tem beleza acaso um fruto? 
Não: têm cor e forma 
E existência apenas. 
A beleza é o nome de qualquer cousa que não existe 
Que eu dou às cousas em troca do agrado que me dão. 
Não significa nada. 
Então por que digo eu das cousas: são belas? 
Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver, 
Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens 
Perante as cousas, 
Perante as cousas que simplesmente existem. 
Que difícil ser próprio e não ver senão o visível! 

Alberto Caeiro, in O Guardador de Rebanhos - Poema XXVI
 
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«Passaste pelo sinal dos homens sem o ver, mas paraste ainda assim. Volta-te para trás e poderás vê-lo lá, cimentado, a mandar-te seguir em frente. É o passado a apontar-te para o fim que se põe diante de ti, na dança alaranjada sob o mar, a jeito de um adeus. Ou de um até amanhã...
A luz terminou o seu turno e o tempo é agora de repouso. Repousa, então. A seta indica-te que há sempre outro dia… Outra oportunidade.
Talvez baixes as guardas, arrumes as armas e a aproveites...É contigo.»

Texto por IdoMind
 
Título por Rosicler.
 
Fiquei sem entender. mas, apanho o autocarro? um daqueles postes onde informam que nós estamos aqui ou aqui está você. museu do Louvre. 
daqui você vai está no museu e vou olhar para todos os quadros, telas e arte que se possa imaginar ou nem sequer imagino que existem mas que há. daqui não tenho qualquer presunção . imagino que seja assim ou não . claro que pode ser outra coisa qualquer mas não alcanço essa visão .


texto pela bruxinha Marizei
 
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«Ainda cultuo os deuses, eles estão mais acessíveis para mim. 
Vezes acho que as Divindades foram para tão longe, que nem sei se minhas preces chegam ao seu destino.

No fundo de meu coração viajante "sei" que uma prece já plasmada em meu coração já é uma flecha que vai ao seu destino.

Eu, porém, simples mortal, tenho medos e dúvidas. Será que é meu coração ou minha mente... quem é o remetente dos meus desejos?
Ainda sou tão pequena perante a grandeza do Universo.

E soube por alguns, que Deus já se afastou dos homens cansados de seus desatinos. Que nos deixou. Que nos acompanha, pois que são chegados os tempos do "real uso do livre- arbítrio", pois não existem mais inocentes nestas terras do homem.

Estou aqui, ao lado de uma fonte, nela estarão os deuses que me auxiliaram a adentrar nas imensas florestas, onde povoam seres iluminados, puros. 

Se assim o for... e de qualquer modo atrevo-me... entro, visto minha capa da invisibilidade, temerosa do que encontar. 
Clama, há tanta paz na mata, tantos sussuros amorosos, vozes dos ventos, bater de asas, serão elementais, pássaros sagrados, anjos, deuses?
E, curvo-me, e rogo:

Mostra-me o caminho, dê-me uma poção mágica que, na minha volta, eu distribua àqueles que tanto amo e que andam tão perdidos.

Este é meu desejo- prece: a falicidade dos que amo tanto. 

A paz no mundo que deixei lá em baixo, na face da terra.
E que eu me permita voltar, o que vejo e sinto é tão belo...posso ficar e nunca mais regressar.»


Texto de Maria Izabel Viégas, a poetisa mágica por trás do blogue memórias de vidas passadas
 
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"Eu não te largo, meu amor...É porque existes, que as minhas sombras servem agora apenas para aspirar à luz, de onde tu vieste para iluminar a minha vida e me ensinar acerca da minha própria força. Obrigado filho"


texto por IdoMind, a jardineira que semeia palavras.
 
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No mar passa de onda em onda repetido
O meu nome fantástico e secreto
Que só os anjos do vento reconhecem
Quando os encontro e perco de repente.

Sophia de Mello Breyner Andresen
 
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"Estou sentada, numa cadeira vermelha, à porta da casa da minha avó. Estou a ler.
O meu olhar alterna entre o livro e o topo da rua. Aguardo... Todos os dias ele passa... sorri... deixa o seu perfume no ar... 
É o mais próximo que chego dele, mas o suficiente para o guardar comigo até ao dia seguinte!"


Legenda por ESpeCiaLmente GaSPaS, a mulher por detrás do blogue ACUADOIRO.
 
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Nossa memória sempre foi a memória 
dos monstros nosso enigmático testamento 
de altas labaredas sempre foi 
o caminho 
devastado pelo sangue pela circuncisa memória 
dos mortos pelo perfil 
dos astros — nossa colorida volúpia 
sempre foi dos monstros 
a mais crua linguagem húmida fuga 
desolada 
através do tempo através do medo 
de não sermos belos de não sabermos 
esculpir na cinza o sopro 
de tanta luz tão prostituída — 

Casimiro de Brito, in Negação da Morte
 
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...pequeno riacho, acalma a minha dor com o bálsamo fresco da tua corrente, e leva-me nos teus braços, até lá, ao longe, onde por fim eu repouso...


Texto de Carlos Avelar, um fotógrafo amigo e, quer ele queira, quer não, meu Mestre. Espreitem aqui as suas obras de arte.